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Estudo indica que risco de microcefalia por zika é de 1%

Apontado como o grande vilão do surto de microcefalia entre os bebês recém-nascidos no Brasil, o vírus da zika pode não ter tanta responsabilidade assim no atual problema de saúde do país. Uma pesquisa publicada na revista médica The Lancet revela que o risco de uma gestante infectada no primeiro trimestre da gravidez dar à luz um bebê com microcefalia é de apenas 1%. O estudo é o primeiro que estabelece uma relação direta entre o vírus e a doença – e o primeiro a fornecer números claros da relação.

Na Polinésia Francesa, apenas 1% das grávidas infectadas deram à luz bebês com microcefalia.
Na Polinésia Francesa, apenas 1% das grávidas infectadas deram à luz bebês com microcefalia.
Os pesquisadores investigaram a epidemia de zika que aconteceu na Polinésia Francesa entre outubro de 2013 e abril de 2014, quando 66% das pessoas expostas ao vírus foram de fato infectadas. Para chegar ao resultado, a equipe utilizou modelos matemáticos para estimar o risco estatístico de uma grávida que tenha sido infectada pelo zika vírus ter um bebê com microcefalia ao cruzar o número de nascimentos durante o surto, a quantidade de bebês diagnosticados com microcefalia, o número de testes positivos para o vírus da zika e os casos suspeitos da infecção.
Ao todo, mais de 31 mil pessoas tiveram casos suspeitos de zika e houve oito diagnósticos de microcefalia, dos quais cinco bebês foram abortados e três nasceram. Pesquisador do Instituto Pasteur de Paris e um dos autores do estudo, Simon Cauchemez ressalta que será preciso observar se as descobertas se aplicam da mesma forma a outros países, como o Brasil. As características do surto são diferentes: por aqui, apenas 10% dos expostos ao vírus foram infectados, por exemplo.
 Pernambuco é o estado mais afetado pela epidemia de zika no país.

Pernambuco é o estado mais afetado pela epidemia de zika no país.
Já o cientista Arnaud Fontanet, que também participou do estudo, considerou as informações relativas à Polinésia Francesa como “particularmente importantes”, já que o surto já acabou. “Isso nos dá um conjunto de dados pequeno, mas muito mais completos do que os de uma epidemia ainda em curso. Porém, outras pesquisas são necessárias para entender como o vírus da zika pode causar microcefalia”, completa.
Imagens: iStock

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