Crítica BBB: Proibido para menores fora da Globo

O “Big Brother Brasil” é um dos poucos programas da televisão brasileira a ter duas versões simultaneamente, uma é dedicada à família brasileira e é transmitida logo após à novela das nove; a outra é restrita a maiores de idade e pode ser acompanhada pelo pay-per-view ,ou através de sites que informam os acontecimentos e os boatos polêmicos, como por exemplo: maltrato aos animais, sexo oral na escada, bissexual se passando por hetero, entre outros.

A gênese do formato do “BBB” é chamar atenção com a baixaria feita por um grupo de seres humanos que fazem tudo para aparecer. Todas as emissoras do mundo que produzem o reality estão cientes disso e não vêem problema, afinal, trata-se de um produto para adultos. Porém no Brasil, a Rede Globo que detém o direito de produzir a atração, possui uma política de omissão incoerente com o mecanismo do programa.

A fim de capitalizar o mesmo público que assiste à novela, o material apresentado na TV é feito para não chocar a família. Qualquer cena ou assunto que seja considerado tabu para a sociedade, é descartado na edição. Assim sendo, por mais que o reality se sustente de polêmicas, barracos e pegação, há uma escala avaliativa da baixaria que pode ir ao ar. Com esta avaliação criteriosa, muita coisa é ocultada e o show que deveria ser de realidade, acaba se tornando parcial e até superficial.

O desdobrar da declaração de Dhomini sobre ter arrancado os dentes de um cachorro com um machado, poderia ter atraído mais audiência, no entanto, por achar o tema polêmico, a edição preferiu abafar o caso do início ao fim. Na madrugada de quarta para quinta-feira (24/01), ficou a suspeita de quem assiste ao pay-per-view: Natália fez sexo oral em Yuri na escada? Ao invés de Pedro Bial tirar a dúvida, o apresentador omitiu toda a situação e ainda chamou um VT, onde crianças apareceram dançando com a TV sintonizada na Festa que gerou as cenas picantes do casal. Incoerência explícita.

Serginho do “BBB10” soltou uma informação no Twitter que poderia deixar o romance sem graça entre André e Fernanda mais interessante de se acompanhar. O ex-BBB publicou: “Uma fonte segura me disse que o André do ‘BBB’ é bissexual, já foi flagrado beijando homem em boates do RJ e namorou escondido um homem mais velho”. Claro que ninguém tem a ver com a sexualidade alheia e no cotidiano isto não deveria ter importância alguma, mas num programa de entretenimento, o episódio poderia ser observado de maneira divertida: um bissexual, que prefere homens, tentando dispensar uma Barbie Turbinada sem levantar suspeitas. Daria um filme de comédia.

Acontece que para a Rede Globo – mesmo que André seja hetero e o boato não passe de uma invenção – o tema  não corresponde ao público família, então mais uma vez preferem o silêncio do que disseminar polêmicas que fazem parte da dinâmica do formato.

E assim, o “Big Brother Brasil” continua sendo tratado na televisão como um programa livre para quase todas as idades, enquanto que em outros meios, a realidade (nua, crua e por vezes vulgar) do show é proibida para menores e também para os defensores da moral e dos bons costumes.
fonte; pop.com.br